sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Trauer

E enquanto eu caminhava, lá no alto, aquela chuva fina formava um véu pesado e triste. E de repente eu pensei no quanto a morte é muito mais estranha do que dolorosa. E quando dei por mim estava nauseada, com um nó farpado na garganta, no peito. Nó na vida. E todo aquele estranhamento me machuca tanto, que coloco no automático. Ando como um autômato que fala pouco, sorri às vezes, esbarra em algumas pessoas. E eu não consigo deixar de pensar que poderia ser eu com aquelas manchas roxas e vermelhas no rosto. E dói cada vez mais, mais e mais. E eu me lembro de coisas das quais nem me lembrava que lembrava. E eu penso que gostaria de ser um peixe comendo merda a cada dois segundos e esquecendo de que não gosta. E eu me olho no espelho e vejo que sou tão vermelha quanto ele...

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