Meu maior erro foi ser ingênua. Porque na minha cabeça, no meu coração, quando eu amasse alguém ficaria com essa pessoa, para sempre. E por essa razão eu permaneceria amando. Mas não. Eu descobri - estou descobrindo, a duras penas - que não é assim. Não me importa ser chamada de tonta, idiota e tantas outras coisas, porque em toda a minha vida - acreditem ou não - eu nunca fui contra o meu coração. Nunca. E, por incrível que pareça, eu me fodi bem mais quando tentei não ouvi-lo - fracassando sempre - , do que quando o segui. Eu digo tudo isso porque eu ainda amo essa pessoa. Amo muito. Muito. E hoje percebi que não tenho nenhuma vergonha disso. Que não é nenhuma vergonha amar quem nos fez mal deliberadamente. Talvez eu esteja amadurecendo, pois hoje percebo claramente a diferença entre amar uma pessoa e amar um relacionamento. Eu desejo, de todo o meu coração, que ele seja feliz. Muito feliz. Porque o maior erro dele foi não ter nunca noção do meu amor e acreditar que eu pudesse lhe desejar mal. Como eu poderia? Como? Ele nunca soube a quantidade de coisas que eu comia sem gostar só porque ele gostava. Ou os autores que me interessei só pra poder me aproximar daquele mundo que ele habitava.
Uma amiga minha, muito querida, me aplicou um teste psicológico dia desses. Não sei se acredito nessas coisas, mas ela me disse algo que me tem feito refletir muito. Ela disse que eu busco refúgio na fantasia para me satisfazer. É verdade. Eu fico abismada com o quanto faço isso. O tempo todo. E ele também nunca soube que mesmo nos piores momentos, eu sempre sonhava com uma porção de coisas boas. Coisas dessa minha cabeça louca.
E hoje vejo uma pessoa um pouco diferente no espelho. Mais calada, mais triste. Aquela tristeza triste do poema da fada. Não sei explicar. Mas sei que ela tem ído para a cama comigo nesses dias, e talvez continuará indo para sempre. E não falo isso como uma pessoa para a qual a vida acabou. Nada disso. Mas essas coisas deixam marcas. O amor deixa essas marcas. E não saem. Não saem nunca. Mas com o tempo elas saem das lágrimas. Elas se espalham por todo o corpo e passam a morar um pouco em cada sorriso, que não são falsos, mas diferentes. São os sorrisos de alguém que conheceu o amor...
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