terça-feira, 23 de junho de 2009
J.M.
Eu gostaria que ele soubesse a falta que me faz. O quanto eu o amava e nunca pude dizer, pois eu sequer sabia que era importante que ele soubesse. Eu me lembro de quando o abraçava e ele retribuía com aqueles braços fracos e sorria com a maior sinceridade do mundo. E eu lembro que tive que fugir pra chorar escondida quando ele se foi, pois queriam que eu acreditasse que eu não deveria me importar. Só sei que doeu dias, anos. Dói ainda. Ninguém nunca soube o quanto. Nunca. Talvez tenha sido aí que eu aprendi a fingir, a esconder. Talvez tenha sido aí que eu desisti de esperar qualquer tipo de empatia, mesmo sem saber o que isso significava. E eu penso tanto nele. Penso na loucura com que tudo aconteceu, com que aquela arma disparou. Quase como Mersault. Ninguém entendeu. E eu sei que foi aí que também ele passou a fingir. Eu sei que nesse dia ele deixou de ser ingênuo a ponto de acreditar que alguém fosse olhar pra dentro dele. Eu sei que ele enterrou toda a esperaça de empatia no mesmo dia e para sempre. Mesmo que eu desconfie que ele também não conhecia o significado dessa palavra... Ele se foi 15 anos antes de partir. E eu? Eu desconfio que também fui, só não parti ainda...
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