domingo, 7 de junho de 2009

Luto

Nunca uma desculpa me fez tão mal, mais mal do que o "insulto" em si. Porque, se o amor é justamente se perder para se encontrar no outro, sem medo, numa entrega livre, o que se quer então? Porque ficou vazio? Porque? Nunca ouvi nada tão absurdo... O amor (o verdadeiro amor) não deixa ninguém vazio; mas, como já disseram, é difícil para os indecisos, assustador para os medrosos. O luto sim esvazia. E não sei nem se vivi ou não uma mentira, pois tudo foi tão real pra mim. Meu corpo ainda está manchado de estilete, pílula, letras, tinta... Meus pensamentos poluídos por desejos de uma vida que jamais acontecerá. Não mais. Esse luto tem cor de grito. A raposa não fora machucada, por isso eternizou-se naquele pequeno coração. Eu, no máximo, serei uma desculpa para antigos vícios, para venenos sempiternos. Tinta em cima de tinta. É o costume em sua triste vida.

Nenhum comentário: