segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Ele range os dentes e parece que pedras despencam de um penhasco. Olha com o mesmo ódio de sempre ignorando que ela ama até mesmo aquele barulho. Ele range os dentes. Range e dispara uma dor densa, mirando sempre o peito. Como ele escrevera certa vez, atira pra matar. Ele range os dentes e acredita que ela não suporta, mas tudo nela o irrita, da voz até os passos. Ele range os dentes e atribui o vazio de sua vida a ela, a mesma que ele insistia em ter overdoses constantes. Ele range. Ele range os dentes porque o ódio esmaga o peito, sufoca a respiração, deixa a boca seca. Ele range os dentes enquanto a molha com a mangueira gritando que ela é um lixo. Ele range os dentes porque ainda tem cabelos debaixo das unhas... Ele range os dentes porque sente falta do que insiste em execrar. Ele range os dentes porque sorri pra porcos o dia todo. Ele range os dentes porque pensa nela e na vida daquele poema do homem que pagava prestações, bebia gasolina, comia e bebia pra esquecer. Ele range os dentes porque voltou a pagar, comer e beber. Ele range os dentes, tudo está errado, mas aquelas folhas e garrafas resolvem tudo por algum tempo, aliás, o fazem atirar com ainda mais violência. Ele range os dentes enquanto o sal queima o rosto dela. Ele range os dentes enquanto à expulsa aos gritos, mas agora ela foi. Ele range os dentes enquanto ela insiste em amá-lo sempre mais. Ele range os dentes enquanto ela o ama longe dele e sente sua falta. Ele range os dentes e à culpa, mesmo sabendo que sempre rangeu...
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Um comentário:
Eu fique pasmo.
Principalmente porque está escrito resseca na VERIFICAÇÃO DE PALAVRAS.
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