quinta-feira, 16 de julho de 2009
Tenho pensado muito em algo que Diderot diz em um de seus romances. Ele dizia que somos recompensados pela perda de nossa inocência com a perda de nossos preconceitos. E eu tenho me visto vivendo exatamente isso. De repente me descobri uma pessoa cheia de pré-conceitos (no sentido gadameriano da coisa, Cacá!), cheia de idéias a respeito das pessoas. E Diderot acertou, mais uma vez, ao falar das máscaras também. Por que foi quando elas caíram que me vi liberta desses ideais infantis. Porque eu acreditava que o que mais importava em alguém era a inteligência, no sentido intelectual da coisa. Mas acabei esquecendo que inteligência, erudição, não é garantia de nada nesta vida, muito menos de caráter, de bondade. E eu me vi flertando com o mocinho de cabelo engraçado do bar ao mesmo tempo em que pensava "eu jamais ficaria com alguém assim". E, por sorte, eu me enganei profundamente. E esse engano me fez ter um olhar totalmente diferente em relação à tudo o que, até então, eu desprezei. Porque eu me descobri absurdamente inocente (sem chavão nenhum) e tive minha alma lavada por essa avalanche de surpresas ruins, e me vejo realmente recompensada dessa perda por algo que levarei comigo para sempre: um outro olhar para a vida. As máscaras não escondem só aquilo que não somos, mas também aquilo que somos. Pra minha sorte e felicidade, essa última máscara escondia o que ele era e não o que gostaria de ter sido, como no triste filme que assisti a algum tempinho, e do qual não pretendo ver reprises...
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Um comentário:
Que bom que após uma dor profunda, nasce um novo olhar... Como se trouxesse renovação, esperança... Como a largata que vira borboleta! Como a lágrima que vira sorriso!
Pessoas como vc merecem acordar todos os dias com um novo olhar! :)
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