sábado, 20 de junho de 2009
Champagne
Dizem que o corpo fala. O meu grita. Sempre sem órgãos numa fórmula química. Porque não será disso de que viverei. Jamais. Abri o champagne pra tentar tirar o gosto de bosta da boca. Vômitei champagne com bíles, com torpor, com ódio, com morte, com sangue. Vômitei até sair sangue da garganta. Não adianta. Não adianta beber champagne ou o mel que seja. Não adianta. É preciso deixar esse sal curtir na carne. Fundo. Sem reclamar da dor. E não se trata de se reeducar pela dureza, mas de agir contra tudo o que agia contra o que sou. A garganta irá doer dias. Eu sei. Mas não irá doer pra sempre, com alguns intervalos de prazer vazio como dói nessas bocas que só sabem escarrar. E não pra fora. Pra dentro. Há quem sempre escolherá a merda ao espelho.
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