quarta-feira, 22 de julho de 2009
O francês grita olhando para mim que fará aquilo com que sonhou ou não fará nada. Nada. O francês grita com voz de trovão que acabaremos com o julgamento de deus e com todos os juízos que mais nos aproximam de piolhos do que qualquer outra coisa. Ouve-se alguns barulhos estranhos, estridentes. Quero isso mesmo. Quero ver dentes cariados, roupas sujas, sangue pisado. Ele disse o que é a crueldade. Pelo sangue e através do sangue. Nas luzes coloridas e baixas, todos têm pequenas idéias, mas querem mantê-las para sempre. Eu desconfio que não tenho idéia nenhuma, nenhum fio de pensamento. Tenho apenas isso que sou, essa urgência desmedida em não estar mais em lugar algum. Por estranho que pareça, mesmo depois de tantas hemorragias, a vida não foi ficando pálida, anêmica. Foram as hemorragias certas. O resto fiz questão de queimar. E queimarei tudo, tudo que não me faça estremecer, tudo o que me faça desbotar. Meu eu também é noite.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário